7.3.10

Crônica de uma Vida de Mulher

Acabo de ler esse livro de Arthur Schnitzler.
Parece simples, parece apenas uma crônica, um relato, mas em mim ecoa muito mais...

Uma jovem no início do século passado sentindo tantos sentimentos intensos, tantos sonhos, ansiedades, angústias que não se sujeitava a condutas de postura, a gestos e costumes e morais... Ela queria se desprender de casamentos, maternidades convencionais, bons comportamentos, passeios, jantares... Para ir de encontro ao que estava dentro dela de mais profundo...

A questão é que ela não sabia o que era...

E se sentia incapaz de procurar em uma sociedade tão preconceituosa com sua condição.

Quase cem anos depois, as condições mudaram, mas a abertura em que me sinto como mulher nem sempre ilumina meu caminho...
Liberdade demais também oprime e machuca...
E nem sempre a liberdade é plena...
Vivemos em sociedade e nossa liberdade, nossos desejos, nossos sonhos sempre esbarram com os outros... E há muitos outros ao lado...

Personagens que me tocam sempre acabam me tocando a mim mesma... Suas histórias me preenchem e me encantam e depois sigo em busca de mim...

Ainda tocada com Crônica de uma vida de mulher, dialoguei um pouco com meus fantasmas pessoais... Hesitando em enfrentar meus personagens que me esperam... Ainda vi um par de episódios de Anos Incríveis... Lembrando meus velhos tempos... Meus novos tempos... Meus tempos eternos...

De quem se emociona com personagens alheios, que faz deles um pouco de si e que deve fazer de si um pouco personagem em roteiros a seguir...

Inspirar, expirar e enfrentar ultramares que há pela frente...

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