31.3.10

ninho de mafagafos

Viver em outra língua tem uma intensidade à parte...

O ouvir e falar tomam tanto da cabeça que sobra menos espaço pra divagar...
Exigem uma concentração constante, ou então, quando já cansada ou saudosa de divagações, simplesmente me desconecto e o espanhol logo já se torna um russo...

Pensei que o fluir em uma língua hermana fosse mais fácil,
mas talvez por inabilidade minha ou talvez pelo processo envolver coisas mais além,
às vezes me pego em rudimentarismos de mímica...

mas tudo ao seu tempo...
e tb, no final, quem tem boca chega aqui!

29.3.10

laudo

carência múltipla de órgãos

25.3.10

Fallas - el carnaval valenciano

por Tom Jobim
(traducción en los conmentários)

"Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta feira
(de cinzas - cenizas)

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noit
ePassando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Prá que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor

Tristeza não tem fim
Felicidade sim












24.3.10

bolhas que estouram em silêncio

me calo
em meus pés
e nos alheios

23.3.10

tpm outra vez

TPM pra mim já se tornou uma palavra habitual
ouço justificativas femininas, brincadeiras masculinas
já faz parte do nosso universo cotidiano abertamente...

De repente me confronto com a anormalidade
que ainda tem esse estado pré menstrual da mulher
em outras culturas... nem europeus, nem latinoamericanos...
para todos uma certa estranheza...

Talvez seja estranho mesmo, talvez pareça muito íntimo,
mas o que fazer se me sinto exteriorizando a minha?
se acabo não podendo controlar mau humores, fragilidades,
sentimentos e sensações à flor da pele desses dias?

Posso não verbalizá-la, mas não tenho como contê-la,
ela me domina e me coloca do avesso,
não contenho o que vem a fora
e muitas vezes nem é o que está dentro,
lados obscuros que fazem parte de mim
mas muitas vezes não são o essencial...
tenho a sensação do meu corpo em movimento nesses dias
com uma ansiedade de quem não pode deixar de balançar o pé
de quem não pode controlar um falar mais alto
de quem derrama mais lágrimas do que as necessárias...

me sinto feminina, mulher e ao mesmo tempo meio bruxa, feiticeira...
meu corpo fazendo poções com meus hormônios,
pós de sapo e de pirlimpimpim...

SUPERCALIFRAGILISTICE EXPEALIDOCIOUS!

7.3.10

Crônica de uma Vida de Mulher

Acabo de ler esse livro de Arthur Schnitzler.
Parece simples, parece apenas uma crônica, um relato, mas em mim ecoa muito mais...

Uma jovem no início do século passado sentindo tantos sentimentos intensos, tantos sonhos, ansiedades, angústias que não se sujeitava a condutas de postura, a gestos e costumes e morais... Ela queria se desprender de casamentos, maternidades convencionais, bons comportamentos, passeios, jantares... Para ir de encontro ao que estava dentro dela de mais profundo...

A questão é que ela não sabia o que era...

E se sentia incapaz de procurar em uma sociedade tão preconceituosa com sua condição.

Quase cem anos depois, as condições mudaram, mas a abertura em que me sinto como mulher nem sempre ilumina meu caminho...
Liberdade demais também oprime e machuca...
E nem sempre a liberdade é plena...
Vivemos em sociedade e nossa liberdade, nossos desejos, nossos sonhos sempre esbarram com os outros... E há muitos outros ao lado...

Personagens que me tocam sempre acabam me tocando a mim mesma... Suas histórias me preenchem e me encantam e depois sigo em busca de mim...

Ainda tocada com Crônica de uma vida de mulher, dialoguei um pouco com meus fantasmas pessoais... Hesitando em enfrentar meus personagens que me esperam... Ainda vi um par de episódios de Anos Incríveis... Lembrando meus velhos tempos... Meus novos tempos... Meus tempos eternos...

De quem se emociona com personagens alheios, que faz deles um pouco de si e que deve fazer de si um pouco personagem em roteiros a seguir...

Inspirar, expirar e enfrentar ultramares que há pela frente...

6.3.10

mímica de uma imitação

entendendo meus personagens
como quem confronta a si mesmo...