25.11.19

PA LAVRAR




QUIMERA
QUEM DERA
NEM MERA

O TANTO DESEJO NO TEMPO
NEM TENTO, NEM TINTO
PRETENDO

BLOQUEIO, RASCUNHO, ESCREVO
PALAVRA NA ROÇA DO ONTEM
SE MENTE AMANHà      
NEM VENTO

19.11.19

fala cia


-->
meio de comunicação
onde está o inteiro
sigo pela metade
desencontrada
língua trava
em calo
cala

5.11.19

balança


Mais alto
mais forte
pro alto e além

vai e vem
balanço

crescendo a vida
sempre nova
perspectiva

22.10.19

nervos de laço


calo
tudo que dentro grita
calo
fruto que o pé aperta

passo
tudo em que mim agita
passo
rumo em mim que acerta

laço
todos os sonhos em fita
laço
mais colorida aberta

30.9.19

vaga

vaga
       pra ser preenchida
       elucidada

vaga
      pra escolher o caminho
      ser encontrada

vaga
      pro carro
      trabalho
      pra caixa

vaga
      que precisa
      imprecisa
      vaga

24.9.19

DIANTES


Lembrança própria ou do narrado?
O medo, o espanto, o novo ao redor dos atos:
acordar, os espaços da escola, as outras crianças.
Não eram os iguais, eram os diferentes, desde sempre.
Eles dormiam tranquilos.
Seus olhos abertos querendo conversar.
Sempre acordada para ouvir.

No filho a angustia para que durma, desligue do mundo,
se conecte com o além, com o íntimo,
com o mesmo mundo que ficou pra trás, ficou de fora,
e irradia pela janela,
em pios, aromas, gargalhadas.

Nas lembranças não existem muitas risadas,
se sobrepõem os silêncios.
E as conversas inteligíveis.

O filho começa a falar,
quer comunicar tudo que pensa e vê.
Tudo que lembra.
É a vez dos verbos,
primeiro vieram os sujeitos, substância dos acontecimentos.
Seres, antes mesmo de serem.

A lembrança vem estática, imóvel, fotográfica.
Apenas o som se move.
E seu olhar panorâmico.
Olha pra dentro. Pro sono do filho.

Que criança é essa? Não existe criança, parece que nunca existiu.
Sempre foi a mesma.
Nostálgica.
E insone.