de repente a gente grande
o mundo encolhe a gente engole
estou moída em tranhas tramas estranhas
ontem e amanhã tem sonhos
ontem e amanhã sou jovem
ontem e amanhã com força
hoje tem goiabada
hoje tem labirinto
hoje acrobacias
hoje na corda bamba
hoje palhaçadas
hoje tá pegando fogo
ontem e amanhã isso era risada
isso eram rajadas
soltavam rojões
era música para os ouvidos
olhos brilhando e bochechas com pipoca
hoje pipocam contas
estouram somas
lavro na seca
planto no duro
ajoelho no milho
estou frita
ontem e amanhã terá colheita
terá fartura
terá sucesso
terá conquistas
terá de tudo
reconhecimento
hoje cimento buscas
pedras no caminho
bolhas no pé
passo a passo
pé-ante-pé
hoje pés no chão
ontem e amanhã eu pulo
eu salto
eu solta
eu livre
eu vôo
eu plaino
hoje planos
metas
trabalho
avaliações
balanços
insegurança
ontem e amanhã nem medo nem cedo
ontem e amanhã nem tarde nem tardo
ontem e amanhã nem bem, nem mal, no ponto!
hoje tenho o passado e o futuro também
hoje tenho saudade e esperança além
e de repente eu uma muda
no mundo mudando mundana
de rapante calada crescendo:
aos troncos, aos trancos, raízes, rasantes
de rompante aos poucos brotando:
pétalas, cores, perfumes, performas
preenchendo as folhas em branco...
27.12.08
19.12.08
uma releitura
Alice espelhada
Alice espalhada
em seus limites
labirintos singulares
longas e lânguidas linhas
descoladas
palavras, lacunas
letras ilhadas
ligadas em livro
em livre
Alice livrada
Alice lavrada
se olha em relance
de soslaio
olhos dissimulados
e oblíquidos
desliza uma lágrima
cristalina e caudalosa
soluça volúpia
lembranças, prelúdios
Alice selada
Alice calada
melódicas líricas
ao longe, dali, do lado de lá
lamurioso violino
lobo pra lua
latido estrelado
em clave de sol
mergulhado
em límpido e borbulhante lago
Alice lavada
Alice levada
em luvas de um lorde
chapeleiro louco
deslumbra-se em seus olhos azulados
hálito de hortelã
falando veludo
celebram à luz do lume
licor de laranja
avermelhando seus lábios
Alice colores,
Alice calores
embaralhada
uma língua em seu lóbulo
tal qual lebre falante
lépida, ligeira e veloz
lasciva elegia
alude, colide
saliva malícia
libidinagem felina
Alice laçada
Alice em laços
desembrulhada:
luvas, colares, maquilagens
cinta-liga, lingerie
linhos, linhas, listras, lisas
encaracolados loiros
malhada, molhada
malemolente
descabelada
Alice compelida
Alice com pelada
em pelos pelando latente
balanço lancinante
filhote que adolesce
indelevel
se despetalando
lagarta, borboleta
gargalhada
relâmpago
Alice reluz
Alice feliz
lúcida, alerta
lúdica, liberta
espelhada real
lua láctea
celestial
louça de porcelana
palácio de cristal
anel de brilhantes
Alice lascas
Alice lascada
se levanta
recolhida em seus pêlos
acolhida em sua pele
colheita de lilases
desfolhada afinal
livre do livro
alheia semelhança
Alice melhor, Alice mulher, Alice maravilhada!
Alice espalhada
em seus limites
labirintos singulares
longas e lânguidas linhas
descoladas
palavras, lacunas
letras ilhadas
ligadas em livro
em livre
Alice livrada
Alice lavrada
se olha em relance
de soslaio
olhos dissimulados
e oblíquidos
desliza uma lágrima
cristalina e caudalosa
soluça volúpia
lembranças, prelúdios
Alice selada
Alice calada
melódicas líricas
ao longe, dali, do lado de lá
lamurioso violino
lobo pra lua
latido estrelado
em clave de sol
mergulhado
em límpido e borbulhante lago
Alice lavada
Alice levada
em luvas de um lorde
chapeleiro louco
deslumbra-se em seus olhos azulados
hálito de hortelã
falando veludo
celebram à luz do lume
licor de laranja
avermelhando seus lábios
Alice colores,
Alice calores
embaralhada
uma língua em seu lóbulo
tal qual lebre falante
lépida, ligeira e veloz
lasciva elegia
alude, colide
saliva malícia
libidinagem felina
Alice laçada
Alice em laços
desembrulhada:
luvas, colares, maquilagens
cinta-liga, lingerie
linhos, linhas, listras, lisas
encaracolados loiros
malhada, molhada
malemolente
descabelada
Alice compelida
Alice com pelada
em pelos pelando latente
balanço lancinante
filhote que adolesce
indelevel
se despetalando
lagarta, borboleta
gargalhada
relâmpago
Alice reluz
Alice feliz
lúcida, alerta
lúdica, liberta
espelhada real
lua láctea
celestial
louça de porcelana
palácio de cristal
anel de brilhantes
Alice lascas
Alice lascada
se levanta
recolhida em seus pêlos
acolhida em sua pele
colheita de lilases
desfolhada afinal
livre do livro
alheia semelhança
Alice melhor, Alice mulher, Alice maravilhada!
15.12.08
14.12.08
eu X mim mesma
defeitos e qualidades andam juntos, ñ?
me perguntarem o de pior e o de melhor de mim
terão as mesmas respostas!
minha persistência vira teimosia,
minha crítica vira construtiva,
minha franqueza, franco atiradora...
e assim, eu aqui, me torturando em buscar ser flexível,
tentando ser uma pessoa que deixa passar,
que não vai se apegar a pequenezas,
que vai seguir e ser feliz...
não, não cola!
sou aquela que me atenho às pequenezas,
que vou lembrar pequenas palavras, gestos singelos,
detalhes do passado que me preenchem eternamente
que me enternecem pra sempre!
sou aquela que faz planos e se esforça em construí-los,
que se empenha, que põe energia, que sonha...
e quer isso no dia-a-dia e daí se frustrada,
precisa de conversa, ser curada, ferida soprada...
não tá doendo, mas tá incomodando.
me sinto cinza e fria como o dia...
mas cheia de cores e calores para o amanhã...
me perguntarem o de pior e o de melhor de mim
terão as mesmas respostas!
minha persistência vira teimosia,
minha crítica vira construtiva,
minha franqueza, franco atiradora...
e assim, eu aqui, me torturando em buscar ser flexível,
tentando ser uma pessoa que deixa passar,
que não vai se apegar a pequenezas,
que vai seguir e ser feliz...
não, não cola!
sou aquela que me atenho às pequenezas,
que vou lembrar pequenas palavras, gestos singelos,
detalhes do passado que me preenchem eternamente
que me enternecem pra sempre!
sou aquela que faz planos e se esforça em construí-los,
que se empenha, que põe energia, que sonha...
e quer isso no dia-a-dia e daí se frustrada,
precisa de conversa, ser curada, ferida soprada...
não tá doendo, mas tá incomodando.
me sinto cinza e fria como o dia...
mas cheia de cores e calores para o amanhã...
7.12.08
multiplicidade
Era uma vez um ponto -
nós, esse triângulo em nosso círculo
enlevados ao quadrado
com questões ao pentágono:
reveses agudos
angulosos
verticais
convertidos
extrovertido (ele)
era uma vez em meu centro
curvas
circunferências
perspectivas
infinitas
introspectiva (ela)
reveses relativos
sem norte
meu sul
de leste a oeste
era uma vez essa química
matéria de nossa geografia
o físico dele, a língua dela
flor do lácio
nossa história
indisciplinados
reveses de adultescência
meninices maduras
envelhecendo ingênua
antigas questões
em lembranças, nostalgias
era uma vez olhos azuis
sonhos cor-de-rosa
me deixando branca de medo
bochechas vermelhas
sorriso amarelo
ficando bege
verde de fome
de amor
reveses laranja
- banana, goiaba!
medo do abacaxi
que engole o desejo
do mamão com açúcar
a salada de fruta furta cores
era uma vez azedo
acidez amarga
de doces sonhos
que apimentam a vida
reveses no céu - da boca
áspera
que dura
em macio
de gatos
era uma vez esse escaldo
erupção desaguando
furacão turbilhado
revolto em ondas
em brisas
por novos ventos
aos quatro
reveses tempestivos
temperamentais
temperatura de grau em grau
febre escadante
era uma vez dessa vez
tantas vezes
um, dois, três
cem vezes, cem juras
às vezes você
outra vez...
vez por outro
reveses desvendados
vez em quando
em quanto dure
cada um cada tantos
de quando em quando
vendidos, rendidos
devastados
era uma vez um X da questão
incógnita
equação
desde o 2o grau o dilema
reveses dando coragem
a perda do medo
a-sumindo a dúvida
subtração do problema
é igual
como conta
somando em mim
mais e mais
diferenças
era uma vez e de uma vez por todas
a verdade, a vontade, homenàgem
resultado de cabeça
corpo e alma
decorado
com cores, perfumes, performas
informais, imorais, ímpares
um número, um ato
um espetáculo:
eu dividida em dois
vocês múltiplos de mim
nós, felizes em três
nós, esse triângulo em nosso círculo
enlevados ao quadrado
com questões ao pentágono:
reveses agudos
angulosos
verticais
convertidos
extrovertido (ele)
era uma vez em meu centro
curvas
circunferências
perspectivas
infinitas
introspectiva (ela)
reveses relativos
sem norte
meu sul
de leste a oeste
era uma vez essa química
matéria de nossa geografia
o físico dele, a língua dela
flor do lácio
nossa história
indisciplinados
reveses de adultescência
meninices maduras
envelhecendo ingênua
antigas questões
em lembranças, nostalgias
era uma vez olhos azuis
sonhos cor-de-rosa
me deixando branca de medo
bochechas vermelhas
sorriso amarelo
ficando bege
verde de fome
de amor
reveses laranja
- banana, goiaba!
medo do abacaxi
que engole o desejo
do mamão com açúcar
a salada de fruta furta cores
era uma vez azedo
acidez amarga
de doces sonhos
que apimentam a vida
reveses no céu - da boca
áspera
que dura
em macio
de gatos
era uma vez esse escaldo
erupção desaguando
furacão turbilhado
revolto em ondas
em brisas
por novos ventos
aos quatro
reveses tempestivos
temperamentais
temperatura de grau em grau
febre escadante
era uma vez dessa vez
tantas vezes
um, dois, três
cem vezes, cem juras
às vezes você
outra vez...
vez por outro
reveses desvendados
vez em quando
em quanto dure
cada um cada tantos
de quando em quando
vendidos, rendidos
devastados
era uma vez um X da questão
incógnita
equação
desde o 2o grau o dilema
reveses dando coragem
a perda do medo
a-sumindo a dúvida
subtração do problema
é igual
como conta
somando em mim
mais e mais
diferenças
era uma vez e de uma vez por todas
a verdade, a vontade, homenàgem
resultado de cabeça
corpo e alma
decorado
com cores, perfumes, performas
informais, imorais, ímpares
um número, um ato
um espetáculo:
eu dividida em dois
vocês múltiplos de mim
nós, felizes em três
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