27.5.08

reflexão metalingüística

vai fazer três anos que vi Estamira sozinha
numa última sessão de uma noite fria
de um sábado pós aniversário de crianças...

estava me sentindo sozinha,
mas ao mesmo tempo percebi um interlocutor...
(ou precisei buscá-lo)
percebi pessoas ao redor que podem ser tão intensas tb
e que ñ sabem por onde extravasar...

resolvi extravasar aqui...

um blog é algo público.
um blog é algo ao vento.
um blog pode ñ ser nada.
pode ser um diário meu para comigo.
pode ser um sucesso midiático.

ou às vezes pode só encontrar um eco no vizinho...

gosto de escrever as coisas que realmente me importam...
me angustiam...
tiram minhas noites de sono...
afloram minhas lágrimas...
(ou às vezes meus sorrisos...)

gosto de escrever como as coisas me soam:
cheias de ambigüidade e complexidade...

e às vezes escrevo de maneira vaga, de maneira brumática...

e às vezes, raramente, há leitores...

a maioria já ouviu semelhancices de minha boca.
então se sentem em casa de certa forma...
alguns podem ser desconhecidos em busca...
outros, conhecidos me (des-trans)conhecendo...

será?

ontem recebi e-mails em resposta aos meus desabafos...

eram poesias...

cheias de ambigüidade...

houve diálogo com os posts, mas houve tb desencontros...

embate de nuvens no céu...
eteriedades cheias de densidade...

fiquei feliz.
e ao mesmo tempo ansiosa pra sair do virtual...

gosto de racionalizar o ambiguo...
gosto de expor o umbigo...
(ñ por vaidade ou por bigbrothismo,
mas simplesmente pra tentar me entender,
pra ñ me tornar Estamira - fora de tempo e de espaço -
fora de mim, fora dos outros...)

adoro os outros.

ñ sobreviveria sem eles.

o inferno são...
o inferno é são.
estamira!

1 comentário:

Um leitor inacabado disse...

Aprendi a dividir meu tempo conforme as estações do ano depois de ler um 'post' seu. Antes, jamais me ocorreria idéia tão bela e simples.

Postar, para o comum dos mortais, é isso, achar que se está num monólogo, quando, na verdade, pontos de luz em outros lugares se acendem sem que saibamos. A vida também acontece à nossa revelia.

Gosto da poesia das pequenas coisas, subjetividades. Continue por favor.

M.