Acabou-se a leveza.
Ela estoura como uma bolha no ar
e escorre espessa como uma gota de chuva
mas que não pode vencer o ar seco.
A lágrima seca antes de cair
e a saliva ausente para qualquer palavra. A garganta arranha
num ruído que impede o grito.
Tudo em suspenso.
Talvez o nublado indique a chuva.
Talvez lave a alma e indique a bonança. Talvez tudo se torne mais denso, mas vivo.
A aridez desse deserto é uma fruta fora de época,
de gosto amargo amarrando a boca.
Talvez se acorde do pesadelo que não deixa dormir.
Talvez os barulhos dos pingos confortem como um dormir abraçado e protegido.
Talvez a gente dance molhado
como crianças sem medo do amanhã.
como crianças sem medo do amanhã.
Talvez...
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