31.12.13
cada ano seu recreio
chega de balanço
de gangorra
gira-gira
deixa que os outros brinquem ao redor
tempo de voltar às origens
o melhor do pátio era o tanque de areia
surpresas em conchinhas
formigas
folhinhas
e infinitos castelos pra construir e povoar
pensamentos, sonhos, planos, faz de contas:
era uma vez 2014...
23.12.13
metas físicas
tempos de planos
todos em coordenadas ao redor
aqui, altos e baixos
curvas fora do eixo em diversas dimensões
pontos dispersos
linhas tortas
x, y, z
muitos lados possíveis
lado a, lado b, lado a lado, traçados alados
mas sempre com sonhos, sempre metas
busca de fórmulas e equações para resultar concreto, real, físico e mais além...
(como chocolate, pequena! e panetone! com goles de lágrimas, saliva e champagne!)
2.12.13
des pé ta la da
. pétala ante pétala a aridez se esvai
orvalhando lágrimas que escorrem ao pé do talo
se farfalham ao pétalo do ouvido
sussurrando novos horizontes
invade então o aroma que inebria
fazendo trocar pétalas pelas mãos
assim espalham despedaços que florescem
perfumando à pétala da letra .
28.11.13
data vespeira de mel
ansiedade como se fosse hoje
criança com pacote nas mãos
o laço não faz anúncios
mas pode trazer presentes
o que mais quero
muito passado no colo
e futuro na garganta entalando
é preciso engoli-lo
pois ele não foi nem será
respirar tranquila e sonhar no agora
com o presente aberto, seja o que for...
14.11.13
re (ru) mando
tanta vida pela frente que ficou pra trás
dividida em direções possíveis
em meio ao meio e em busca de meios
de chegar lá, ou ainda adiante...
6.11.13
3.10.13
comovida
. comovente soa terno e sereno
delicadeza quase contemplativa
mas comovente é também o que se move
talvez em emoções invisíveis é que sejamos tocados
mudando de estado e de espírito
e assim, quase sem ver, acontece nos comover .
27.9.13
encurvada
sonhos traçados foram borrados
perdi meu contorno
não sei por onde fazer o desvio
que direção seguir
para não desfacelar
onde encontrar sentido
além do que vem de dentro e dói tanto
27.8.13
19.8.13
em fases
o copo parece vazio, mas a lua está quase cheia.
de luz?
de sonhos?
de dragões?
de guerreiros?
forte para vencer batalhas?
forte para serenatas?
forte para brilhar?
intensa para vencer o ar gélido ao redor?
radiante para não se deixar encobrir?
límpida para não minguar no instante seguinte?
luminosa para acreditar que depois, apesar de tudo poderá crescer?
13.8.13
"agora mesmo pode estar por um segundo"
um segundo, um primeiro, números passando incessantes.
sempre tão em cima da hora.
sentindo falta de deixar o tempo correr mais frouxo.
pra não precisar correr tanto atrás
e chegar em ponto...
exclamativo e reticente, como gosto.
1.8.13
18.7.13
9.7.13
nem era uma vez
não me livro
da página em branco
o marcador está ali
sublinhando
não há palavras nem orações
que libertem da sentença:
exclamativo vazio
nem começa nem tem meios para chegar
em algum final feliz
inspiro soluços e expiro a solidão
ao menos a esperança é reticente...
3.7.13
SOLUÇ ã O
sal amargo escorre em meu rosto
densidade líquida
cheiro de naftalina e de sonhos
bolha que estoura caudalosa em estrondo no peito
27.6.13
volta e meia vamos lá
recu-operação:
voltar a dormir
voltar a respirar
voltar a olhar pra fora
recuo-peração:
voltar à página em branco
voltar a esperar
voltar.
voltar a dormir
voltar a respirar
voltar a olhar pra fora
recuo-peração:
voltar à página em branco
voltar a esperar
voltar.
21.6.13
10.6.13
4.6.13
amatemática
devolvam meus sonhos
os dividi tanto
não me sobrou nenhum
nem mesmo pra chorar a perda
devolvam meu choro
que o que está preso encarcera tudo
dessa vez dividam comigo
sem me sub-traírem no caminho
serei fiel à soma
serei mais do que estou
desconfigurada no encolhimento
e fora de minha própria geometria
24.5.13
16.5.13
falta de ar
respirando fundo pra tentar soprar a dor
pra ela ir embora ou pelo menos parar de arder
haverá ar suficiente?
(rumo a um inverno com árvores desfolhadas e pétalas caídas no chão)
11.5.13
.de existência.
de-existir
o outro dentro de mim
escolhendo caminhos
que meus passos vão ter que seguir...
6.5.13
. pesar .
Acabou-se a leveza.
Ela estoura como uma bolha no ar
e escorre espessa como uma gota de chuva
mas que não pode vencer o ar seco.
A lágrima seca antes de cair
e a saliva ausente para qualquer palavra. A garganta arranha
num ruído que impede o grito.
Tudo em suspenso.
Talvez o nublado indique a chuva.
Talvez lave a alma e indique a bonança. Talvez tudo se torne mais denso, mas vivo.
A aridez desse deserto é uma fruta fora de época,
de gosto amargo amarrando a boca.
Talvez se acorde do pesadelo que não deixa dormir.
Talvez os barulhos dos pingos confortem como um dormir abraçado e protegido.
Talvez a gente dance molhado
como crianças sem medo do amanhã.
como crianças sem medo do amanhã.
Talvez...
26.4.13
17.4.13
vice-versus
Queria me esparramar em todas minhas qualidades e defeitos e
mesmo assim caber no mundo.
Queria sair fora da casinha e encontrar meu doce lar.
Queria que o de dentro alcançasse as pessoas.
Às vezes tão inadequadra.
Desenquadrada.
Fora do foco.
Mas mesmo assim:
no ar...
Mas mesmo assim:
no ar...
22.3.13
15.3.13
11.3.13
21.2.13
meios para a plenitude
meia lua crescente no céu
meia noite badalada no relógio
meia luz tremeluzente no quarto
meia boca nos lábios
em meios sorrisos
olhos meio abertos
se inteirando de meu ser pela metade...
15.2.13
romantidade
sem arroubos
madura e segura
na mão quente e firme
clareza leve e solta
em firmamento de paixão
8.2.13
abs
te traio
no extrato
que sorvo
e sinto
surda
e soluta
te abstraio
no abstrato
que absorvo
e absinto
absurda
e absoluta
30.1.13
"sabiá lá na gaiola fez um buraquinho, voou, voou, voou..."
pensamentos em expansão no horizonte das montanhas...
se expande e se dilui confortável, sem amarras...
de volta à "casinha", falta espaço, eles se embaralham e leva tempo para assentar.
o bom é que na reorganização sempre há pensamentos velhos e menos úteis que são descartados liberando espaço.
23.1.13
20.1.13
10.1.13
DDA de DDD
me atendam
ao toque
aos sinais
aos sentidos
alarmados
silenciosos
vibrantes
mudos
em chamados perdidos
escondidos na curva
em desalinho
cruzados
e salvem meu estoque
desse déficit de atenção.
ao toque
aos sinais
aos sentidos
alarmados
silenciosos
vibrantes
mudos
em chamados perdidos
escondidos na curva
em desalinho
cruzados
e salvem meu estoque
desse déficit de atenção.
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