15.10.08

cinderela

carta aguardada
chamada selada
chama embalada
pro baile o chamado
grato agrado

- claro!

dispara:
no alvo flechada
prepara:
peralta, descalça
não pára:

são saltos, são altos, sandálias, sapatos
sem sapos, beijados - reinados
são fadas, são varas, asas e saias
sem vaias, só palmas - espasmos
são alças, são laços, colares e talcos
sem palcos, só pátios - palácios
são capas, são pratas, cambraias, babados
sem atrasos, acabada - asfaltos

eis arrumada carruagem
em aplumadas almofadas
vem aprumada a viagem

ansiedade a voar:
nem paisagem, passagem ou margem
nem praia, nem praça ou mar
nem barca, jangada ou balsa
sem chegada, não acalma, sem lugar
cem jornadas, cem jornais
revistada, declarada, popular:
aos ares a mensagem:
chegada entrada encantada
ao luar iluminada afinal

pra valsa ou salsa, pra flauta ou calda
abraço trufado, olhar chocolate
(tá no) papo melado, barba risada
gargalhada suada
graça engatada
disfarce da guarda
face aguarda
de cara a carne
encara o charme
enlace desface
debaixo da escada
do quarto
chama da vela da chave
clave em destrave
aparte as partes
tatos em etapas
lascas enlaçadas
cacos de cascas
braços amassos
falos afagos
badalo tocado:
- orgasmo.

mastro estiado
rastro estirado
cama ruborizada

alarde
é tarde
no embalo
o abalo badala
balada acabada
embalada chapada
felicidade alada
amálgama

afundado o passado
fendado um pedaço
findado o ginásio
fecundado o colegial
na calma

no escasso alcançado
no passo fintado
no espaço frisado
no sábado sublinhado
na palma

em pausas esparsas
em causa escaldada
fadados compassos
fato consumado
na alma

1 comentário:

Q disse...

exercício do curso de criação literária do museu lasar segal: poema com assonância em "a" (na tônica)