22.6.16
tempos rareados
Porque quando eu escrevia menos
as palavras me afogavam
dava tempo de pensar, sentir
e tudo isso ansiar pelo transbordamento em frases, versos, mirantes...
Agora não dá mais.
Um mínimo lampejo de poesia, uma faísca de criatividade e tudo é absorvido...
Textos, roteiros, artigos, posts, emails, mensagens em celular...
Não há tempo de maturar nada.
Aturamos tudo.
Ou ignoramos.
Tempos ignorantes.
Áridos.
El niño se foi. Ficou esse senhor sisudo.
Não aquece mais, não chove, não brilha, não floresce, não deságua, não muda em novas estações.
Mas eu espero.
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