23.11.15
rar e-feito
a-hora ar-ido
sem-e-ar
des... erto
erdo
ejo
plan-(t)ar
muda
mudo
dança
uma nova primavera
vem e vai
inspira expira adentra
ar
19.8.15
em obras
calejo a mão sem largar a enxada
foi-se a força, mas ainda há martelo
martelo mesmo que não arremate
e mesmo pregada com as marretadas
na busca encontro outras ferramentas
31.7.15
26.6.15
cor ações preto no branco
a cor reta
são várias
e curvas
reluzem com gosto de mel
e explodem entre sóis e chuvas
"um dia de sol é tão belo quanto um dia de chuva
ambos existem
cada um como é"
F Pessoa
e explodem entre sóis e chuvas
"um dia de sol é tão belo quanto um dia de chuva
ambos existem
cada um como é"
F Pessoa
19.6.15
f-rio em (t)riste
frágil rio
escorrendo nas faces.
denso suspiro
que sai e se vê pelo ar.
passos em quebrantos
de folhas em folhas.
manhã de melancolia invernal
congelando pensamentos
mas refrescando o coração.
3.6.15
6.4.15
carnavalha
de cadência em cadência nos desblocamos
sem bateria nem harmonia
serpentinas nos tentam
mordemos confeitos
confetes
caem em nossas cabeças
a falta de ritmo
de dar pulos
nos sobram tombos...
carnaval tombado
patrimônio pulsante aqui dentro
no aguardo de algum renascer das cinzas
ressurreição de uma nova estação...
2.3.15
a matéria dos sonhos
solidifiquei em minha imaginação de infância
a mulher que queria ser,
o par para buscar e a dupla para me formar.
buscava uma construção segura,
linhas harmônicas,
princesa, diva, vênus.
o plano era lindo, contornos perfeitos, textura de mármore.
mas a busca quantas vezes ruindo o sonho.
talhando tanta projeção, sempre acabei recolhendo cacos.
mas nunca deixando de acreditar
que ainda encontraria a matéria para construir o futuro.
e por sorte (ou teimosia) não engessei meu garimpo,
já não era mais ouro, bronze ou mármore que ia encontrar.
era terra...
em um de meus tombos,
daqueles em que se vai ao chão,
se chafurda na lama, mas se sente a vida.
saí filha de gaia, me fazendo do barro.
as mãos sujas,
matéria argilosa,
formas ardilosas,
resultado inconcluso,
disforme, em camadas.
sigo pronta para voltar ao torno,
remodelar cada plano,
derreter e remexer,
esculpir, polir...
sentir a matéria prima,
orgânica, imperfeita, viva,
de belas artes!
1.2.15
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