carta aguardada
chamada selada
chama embalada
pro baile o chamado
grato agrado
- claro!
dispara:
no alvo flechada
prepara:
peralta, descalça
não pára:
são saltos, são altos, sandálias, sapatos
sem sapos, beijados - reinados
são fadas, são varas, asas e saias
sem vaias, só palmas - espasmos
são alças, são laços, colares e talcos
sem palcos, só pátios - palácios
são capas, são pratas, cambraias, babados
sem atrasos, acabada - asfaltos
eis arrumada carruagem
em aplumadas almofadas
vem aprumada a viagem
ansiedade a voar:
nem paisagem, passagem ou margem
nem praia, nem praça ou mar
nem barca, jangada ou balsa
sem chegada, não acalma, sem lugar
cem jornadas, cem jornais
revistada, declarada, popular:
aos ares a mensagem:
chegada entrada encantada
ao luar iluminada afinal
pra valsa ou salsa, pra flauta ou calda
abraço trufado, olhar chocolate
(tá no) papo melado, barba risada
gargalhada suada
graça engatada
disfarce da guarda
face aguarda
de cara a carne
encara o charme
enlace desface
debaixo da escada
do quarto
chama da vela da chave
clave em destrave
aparte as partes
tatos em etapas
lascas enlaçadas
cacos de cascas
braços amassos
falos afagos
badalo tocado:
- orgasmo.
mastro estiado
rastro estirado
cama ruborizada
alarde
é tarde
no embalo
o abalo badala
balada acabada
embalada chapada
felicidade alada
amálgama
afundado o passado
fendado um pedaço
findado o ginásio
fecundado o colegial
na calma
no escasso alcançado
no passo fintado
no espaço frisado
no sábado sublinhado
na palma
em pausas esparsas
em causa escaldada
fadados compassos
fato consumado
na alma
15.10.08
14.10.08
neosilogismos gregos
e se corpo são, mente sã
e se mente vazia casa do diabo,
talvez corpo em movimento movimente a mente
e afaste os fantasmas
buuuu!!!
e se mente vazia casa do diabo,
talvez corpo em movimento movimente a mente
e afaste os fantasmas
buuuu!!!
8.10.08
eterno marido
acabo de ler Dostoievski...
buscava com esse título e esse autor
me deparar entre a inteligência e a perspicácia do tal,
e entre o romantismo do chamariz e do meu âmago incorrigível...
de cara curioso,
o que para mim sugeriam sonhos, planos, futuro
(e que imaginei que fossem ser frustrados),
se sobrepos o passado, a imobilidade, a paralisia...
o eterno marido, um viúvo...
romântico preso em uma condição...
talvez eu pensasse que o eterno pudesse ser aquele que vai,
eterno ser o que fica é profundo e faz pensar...
buscava com esse título e esse autor
me deparar entre a inteligência e a perspicácia do tal,
e entre o romantismo do chamariz e do meu âmago incorrigível...
de cara curioso,
o que para mim sugeriam sonhos, planos, futuro
(e que imaginei que fossem ser frustrados),
se sobrepos o passado, a imobilidade, a paralisia...
o eterno marido, um viúvo...
romântico preso em uma condição...
talvez eu pensasse que o eterno pudesse ser aquele que vai,
eterno ser o que fica é profundo e faz pensar...
carta de amor
Penso repenso
corpo da palavra
pó pá
lavro
com as mãos
crio bolhas
balbucio
calo frio
Penso pretenso
numa cartada
rabusco
você
me entrego
te trago
não sorvo
te sirvo
Tenso despenso
minha casca
cacos de
cá com botões
desato o nó na
soluço
insolúvel
um branco
seus ombros
nu alvo
não acho
rasuro
Sento compenso
impressionada
sem expressões
pressiono têmporas
tempo passa
pernas, porque te quero
peito apertado
ar dor em fé
corpo urge
garganta ruge
caneta em punho
quebro a cabeça
despedaço
meu papel
Penso distenso
nas entrelinhas
me fragmento
o que era leve
peso
corpo da palavra
pó pá
lavro
com as mãos
crio bolhas
balbucio
calo frio
Penso pretenso
numa cartada
rabusco
você
me entrego
te trago
não sorvo
te sirvo
Tenso despenso
minha casca
cacos de
cá com botões
desato o nó na
soluço
insolúvel
um branco
seus ombros
nu alvo
não acho
rasuro
Sento compenso
impressionada
sem expressões
pressiono têmporas
tempo passa
pernas, porque te quero
peito apertado
ar dor em fé
corpo urge
garganta ruge
caneta em punho
quebro a cabeça
despedaço
meu papel
Penso distenso
nas entrelinhas
me fragmento
o que era leve
peso
1.10.08
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