E se o português ñ fosse minha língua mãe ...? (e no caso tb avós!) Quão diferente eu seria sem poder expressar minhas saudades? Eu ñ sentiria ou eu diria diferente? Já ouvi dizer tb q há uma língua em q ñ existe amor (!) Aí eu terminaria totalmente desfigurada... Começaria ñ me chamando Quelany e terminaria vazia dos sentimentos q me preenchem... |
27.8.06
usamos a palavra pq sentimos ou sentimos pq usamos a palavra...?
25.8.06
Alturas...
Há tempos ñ fico breaca, aliás, apenas duas vezes me perdi completamente em lembranças e dei vexames em ter posto coisas demais pra fora =p mas isso faz longos 6 anos... desde então apenas às vezes vou a alturas, mas sem nunca excessos... mas aí duas vezes meio seguidas: alta!, observadas por um alguém sóbrio por falta de opção... lembro os contextos, mas os detalhes me faltam... (algo incomum para alguém com memória excessiva) me farão falta esses detalhes? às vezes é bom... lembrem-se: a racionalidade é uma busca, mas em geral ela ñ desgruda e pesa mto em meu ombro, então... esse post alta é tb feliz! :) |
24.8.06
Mulherzinha
Há conforto ou é apenas um consolo pensar que
houve loucura esses dias por "culpa" da TPM?
11.8.06
dia desses...
saiu espontaneamente a resposta de que
"o mundo gira, gira, mas volta pro mesmo lugar"
claro, ñ é assim, mesmo de imediato me questionaram...
mas às vezes parece...
tb esses dias comentaram comigo de:
uma vez sentido um sentimento, revisitá-lo pode ser uma constante...
uma vez há tempos uma amiga comentou:
nos perguntam "tudo bem?" mas o q querem saber...?
em geral respondo q vou indo...
(suscinto para os q preferem, instigante para os corajosos ;)
a ñ ser q vá indo mto bem...
aí merece ser espalhado, ñ? aos quatro ventos...
*
dias lindos!
mas de pouca brisa...
onde sopram os ventos de mudança?
a eles devo espalhar coisas?
ou esperar q eles me espalhem?
2.8.06
endereço
em toda sua intensidade de mulher e poesia de filme
(oras cansativo, oras forçado tb).
tênue limite.
tenho exercitado a confissão de que "sim, sou louca".
Pra me diluir e me expurgar:
* * *
e então "mirando", e então "na mira", e pra isso "mirante" ou até "mirador"...
ainda na impossibilidade do endereço um "miramte" ou "miram-te":
para tirar um pouco do umbigo e até lembrar os gregos de leve ;)
* * *
"Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos.
Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.
Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.
Viste as diferentes cores dos homens,
as diferentes dores dos homens,
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem... sem que ele estale.
Fecha os olhos e esquece.
Escuta a água nos vidros,
tão calma, não anuncia nada.
Entretanto escorre nas mãos,
tão calma! Vai inundando tudo...
Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos – voltarão?
Meu coração não sabe.
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.
Só agora descubro
como é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de indivíduo
desaprendi a linguagem
com que homens se comunicam.)
Outrora escutei os anjos,
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.
Outrora viajei
países imaginários, fáceis de habitar,
ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio.
Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e
trouxeram a notícia
de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,
entre o fogo e o amor.
Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo,
meu coração cresce dez metros e explode.
– Ó vida futura! Nós te criaremos".
C. Drummond A